segunda-feira, 28 de maio de 2012

MBP - capa

Produção: Henrique Amoroso Design e execução da peça: Amores de Tóquio Foto: Daniel Rego Assistente de luz: Rui Luis Concepção gráfica: Carlos Almeida Lima

Press Release

Corsage editam "Música Bipolar Portuguesa" dia 18 de Junho Ao terceiro disco, os Corsage deixam para trás o inglês e optam pela língua materna. Com a entrada de Nuno Castêdo (ex More República Masónica e actual Pop Dell'Arte) para a bateria, o som da banda tornou-se mais consistente e dançável. São onze canções gravadas entre Maio e Julho de 2011 por Hélder Nélson (Dead Combo, etc.), e misturadas por Eduardo Vinhas (Golden Pony Studios). A masterização do disco foi feita nos Estúdios da Valentim de Carvalho. "Música Bipolar Portuguesa" mantém o foco nas canções, em continuidade com o anterior trabalho dos Corsage, adicionando-lhes elementos sonoros novos, nunca antes explorados pela banda (texturas electrónicas, muralhas de guitarras, ‘layers’ de vozes e ritmos kraut). É um disco com muitas camadas sonoras, cujo processo de gravação foi inspirado pelas técnicas de Phil Spector, com espaço para pormenores que teimam em se esconder mas que acabam por ser apanhados ao fim de algumas audições. As letras foram beber a Mário de Sá Carneiro, Mário Henrique-Leiria, Mário Viegas, Jodorowsky, Gorge Orwell, Martin Amis, entre outros, e colaram-se à Puerta del Sol em Madrid, ou ao Dantas de Almada Negreiros. Há sempre um antagonismo presente em todo o disco, reforçado pela ideia de bipolaridade nas acções e nas palavras - País pobre, País Rico, Manifestação Hipermercado, Anti-capitalista filma com Iphone, Boné Camuflado óculos Ray Ban. É um disco que se foca na educação e consciência colectiva como alicerce de mudança, retratando o país com sentido de humor e com humor sentido. A capa de "Música Bipolar Portuguesa" foi idealizada por Henrique Amoroso e desenhada e executada por Amores de Tóquio. O single e respectivo vídeo "Adeus Europa" já estão disponíveis nas plataformas digitais e já pode ser escutado na rádio. O Concerto de Apresentação do Disco será no dia 14 de Junho no Music Box, em Lisboa, seguindo-se algumas datas. A presença no programa Planeta Música da RTP será exibida dia 9 de Junho. Fica aqui o alinhamento: 1-Café Leopardo - (4:12) 2-Nietzche Sushi Fashion Victim - (3:40) 3-Menina de Lisboa - (3:08) 4-Laissez Tomber - (3:24) 5-Joana é Autista - (3:39) 6-Chuva no meu Verão - (3:34) 7-Dança do Não-Cumprimento - (2:37) 8-Úterotopia - (4:07) 9-Adeus Europa - (3:52) 10-Ondas Pele de Elefante - (3:01) 11-Miniver - (5:33) A banda é composta por: Henrique Amoroso – Voz Carlos António Santos – Teclados Nuno Damião – Guitarras eléctrica e acústica Pedro Temporão – Baixo Nuno Castêdo – Bateria Selma Uamusse (Wraygunn, etc) participou nas canções 3. 4 e 10. O disco estará à venda a partir do dia 18 de Junho.

MBP - crítica Blog Santos da Casa

Ao terceiro disco os Corsage armam-se em ginastas e dão uma pirueta seguida de cambalhota. Se este movimento não estiver bem treinado o atleta pode correr o risco de provocar uma lesão grave. Quando se mete este disco a tocar e se olha para a capa, tudo nos parece estranho à partida. A capa idealizada pelo senhor da voz, Henrique Amoroso, é uma metáfora gigante sobre o actual estado do país. Portugal é um colete de forças que nos estrangula. Graficamente primeiro estranha-se e depois entranha-se. O nome do grupo e do disco só aparecem no verso e na lombada. Mas a maior reviravolta dá-se a nível musical. A banda está mais rock e abandona o inglês. Escolhem agora para cantar a língua pátria. Custa, dizer logo de caras que valeu a pena esta mudança. É necessário escutar mais vezes o disco. E é isso que fazemos. Desde logo nos deparamos com uma outra forma de captar, produzir e masterizar os temas. O som está mais compacto. Assim sendo não se destacam instrumentos. O mesmo acontece com a voz, que maioria do tempo está vestida por esta densa camada de som, sendo que o único senão da coisa seja o facto de nos obrigar a elevar o som da aparelhagem para se tentarem captar as belas palavras escritas por Henrique Amoroso. Mas à sempre uma ou outra que nos escapa. Foi de certeza opção da banda registar a sua musica assim. Outro risco que correm, no meio de mais alguns. Para vos ser sincero não desgosto, se bem que seja mais adepto de uma voz mais límpida. Quanto à construção musical, de referir que continuam aqui vincadas algumas das influências da banda, com o blues à cabeça. Só que tudo tocado de uma forma mais rasgada e acelerada. Nota-se também mais vincada neste disco a paixão que nutrem por uns Divine Comedy. Numa época em que o lowfy volta a estar na moda, os Corsage, sem nos darem um disco demasiado sujo, enveredam por um caminho que até agora lhes estava distante. Assumem o risco sem medo. Desafiam os fieis seguidores. A ver vamos nos próximos tempos se valeu a pena esta mudança. Uma coisa é certa, devemos aplaudir de pé gente que tem tomates para lançar discos em formato físico e ao mesmo tempo dar um passo de gigante na sua carreira. Este “Música Bipolar Portuguesa” é um disco coerente e frontal. De difícil digestão. Contudo não provoca azia. E a cada nova audição se descobrem novos caminhos ainda por calcorrear. E se este disco tem musicas que nos ficam na cabeça, caso do single “Adeus Europa”, então é porque os Corsage continuam a ser senhores de um talento que não se perde por mais voltas que a vida dê. Nuno Ávila