Corsage; como uma canção.
Os Corsage fazem uma música com um travo ligeiramente retro mas que no entanto soa actual. Os Corsage fazem canções muito bonitas, nos instrumentos e nas vozes. Falei com alguns deles, o Pedro Temporão, o Henrique Amororo e a Sanja Chakarun no bar de jazz As Catacumbas no Bairro Alto. Era para o encontro ter sido no Lgare, o mod spot do Bairro mas o cenário também agradava e até inaugurou-se a sala de fumo.
O vosso som e conceito é pop assumido?
Pedro - A nossa música não é pop assumido, podia chamar-lhe uma fusão, só que a palavra fusão pode soar ás vezes um bocado má porque normalmente é sempre uma junção de estilos um bocado foleiros. Mas acaba por ser uma fusão de vários estilos mas sempre com uma tendência de formato canção.
Mas achas que faz falta boa pop hoje em dia? Pop de qualidade? Como a pop alternativa dos anos 80?
Pedro – Bem, eu não sou nenhum puto, ainda hoje a música pop me satisfaz...tu ao fim de tantos anos ainda consegues ouvir a música dos Smiths. A música pop faz sempre sentido, sempre fez, e nós queremos apostar nisso.
Vocês têm alguma década de referência...
Pedro – Como temos idades diferentes...vai sempre desde os anos 60 até hoje. Eu consigo ligar as décadas todas, o que me interessa de 60´s é quase identico ao que me interessa de 80´s, os 90´s das décadas acho que é a pior de todas, mas é a década deles por isso é problemático eu estar a falar disto, mas o que me interessa de 90´s é o que vêm de 80´s. O trip hop foi um pouco interessante....
Aquele vosso video que está no youtube têm uma estética um pouco oitentas.... É propositado?
Pedro – Foi por acaso.
Henrique – Os recursos não davam para mais.
Do EP editado para as novas músicas existem diferenças?
Henrique – Há uma grande diferença em termos estéticos, bem, nós apostamos no formato canção acima de tudo, portanto tem que partir sempre de uma boa canção para depois podermos estar à vontade para brincar ou para nos sentirmos confortáveis, é que somos uma banda muito eclética, temos alguma riqueza em termos de influências, algum bom gosto pessoal na minha óptica que nos permite estar um pouco à vontade e dar esse salto do EP para agora. Acho que foi um salto qualitativo muito grande.
Além do EP não editaram mais nada?
Henrique – Já participamos numa colectânea de tributo a um autor americano, o Scott Walker e participamos na colectânea de novo rock português pela Chiado Records.
Para o futuro álbum gravamos dezassete músicas, dessas falta negociar quais estarão no alinhamento final do disco ou não. São canções muito diferentes umas das outras mas com o tal ponto comum que é o formato canção. Mas estamos sempre em permanente evolução.
Pedro, já estiveste em várias bandas...
Pedro – Eu e o Carlos, que é curioso pois em todas as bandas em que toquei ele tocou também, desde uma banda dos oitentas com influência do pós punk, os Actvs Tragicvs, depois os Cello, mais electrónico, e os Raindogs, uma coisa mais Tindersticks, Nick Cave...
E Corsage? É um nome muito bonito, com um duplo sentido, de onde veio a ideia?
Pedro– Corsage foi o Henrique que sacou.
Henrique – É uma peça de vestuário feminino, o que por si só é uma estética um pouco pop e depois também pensei na abreviatura da era dos corsários, corsários age, que reflecte um bocado o estado social e politico em que vivemos.
Falando nessa questão social vocês tocaram a seguir ao Maxime na Crew Hassan a propósito do movimento Porta 65 fechada. Existe alguma preocupação social na vossa música?
Henrique – Claro, é impossivel ficares indiferente ás questões sociais pelas quais reges a tua vida, mas não é uma banda politica, é uma banda social, não social democrata entenda-se...
Eles tocam dia 5 de Abril no Bacalhoeiro com direito a DJ set dos próprios e do José dos Partners in Crime. O Gang vai lá estar. Enquanto não chega o dia podem ir ao myspace dar uma “ouvidela”. aqui
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