Pop de fino recorte. Do melhor que a música portuguesa nos deu este ano, até a presente data. São canções singelas, carregadas de uma leveza que nos deixa com um sorriso nos lábios. Mas atenção que apesar de tudo, estes 14 temas transportam dentro de si um conjunto de pormenores que tornam estas canções maiores.
Estamos perante um disco que transpira glamour. Que aqui e ali nos lembra os Roxy Music. Um discos que por causa da voz de Henrique Amoroso nos remete por vezes para o som dos Tindersticks. Canções que a espaços devem alguma coisa à musica latina e tropical. Sons que por instantes nos remetem para um qualquer cabaret.
“Finito L’Amore“ é um disco pensado no seu todo. Nenhum detalhe é descurado. A produção é discreta, deixando os artistas brilharem. A capa veste bem a música.
Depois de um primeiro EP com algum brilho, que revela já um grupo coeso, com músicos com um passado recente crivado de boas canções noutros projectos, a espera foi se calhar muita, o que pode ter deixado os mais crentes com alguma falta de confiança.
Agora quebra-se o gelo, com estas deliciosas canções, que merecem toda a nossa atenção.
Num disco a querer lembrar os de vinil, com o lado A e B a completarem-se na perfeição (afinal o CD só tem um lado), apesar de no B estarem os temas mais íntimos, “Finito L’Amore”/ “L ‘Amore Infinito”, não tem canções a valerem umas mais do que outras. É uma obra homogénea.
Estamos assim perante um registo apaixonante, onde a imaginação voa ao som de cada tema. Como se estivéssemos num trapézio, num qualquer circo.
Resta agora pedir aos Corsage, para que o tempo de espera seja compensado em palco.
Sim porque isto foi “Amore” à primeira vista. Ou melhor à primeira audição.
Nuno Ávila
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